sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ler e Viver


Eu adoro ler. Adoro comprar livros. E prefiro comprar livros usados, em sebos sabe? Além de serem bem mais baratos, eles tem um tipo de mágica. Só em olha-los e tocá-los já nos contam uma história... Pela capa você sabe se seu antigo dono era cuidadoso ou não; se tinha muita idade ou era jovem e o revendeu porque não gostou da leitura ou quem sabe estava precisando de um dinherinho e por isso o vendeu logo depois de ler; pela contra capa podemos saber se foi um presente por causa da dedicatória, ou o cara comprou mesmo porque quis e colocou seu nome no cantinho da folha com a data da aquisição; ou ainda pode não ter nada escrito, e o seu passado ser um mistério... Quem era seu dono? Porque ele se livrou desse livro? Será que não gostou? Ou se mudou e não tinha como levar todas as suas coisas? Eu sempre me pergunto isso. Bom... não sabemos... Mas de hoje em diante vou escrever nos livros que eu comprar algo tipo assim: "Laís ; Rio de Janeiro ; se você está com o meu livro me devolva já!!! Ou não... fique com ele. Se eu o vendi foi porque realmente precisei... Se eu o perdi foi porque você precisava mais dele...Aproveite! Bon appétit!" 



Comprei um livro esses dias, da Virginia Woolf, escritora inglesa, (eu realmente tenho uma "queda" pela literatura inglesa, depois da Jane Austen, Virginia Woolf tem me conquistado) o nome do livro é "Noite e Dia". Sempre que eu compro um livro usado eu o abro no meio, na verdade ele abre sozinho em alguma página viciada de seu antigo dono, eu adoro foliar páginas que já foram lidas, palavras que foram saboreadas com emoção por algum desconhecido, ou quem sabe alguém não tão desconhecido assim... Eu o abri, e lá encontrei uma folha de caderno tão antiga quanto o livro, bem amarelada e corroída nas pontas, e nela tinha uma carta escrita a mão... Pelo tom da escrita e por suas palavras, ouso dizer que era uma carta de amor... De uma mulher para um homem... Era uma cópia de uma carta que Virginia Woof escreveu para o seu marido, e que o meu companheiro copiou e deixou de presente pra mim:

Encarar a vida pela frente... Sempre...
Encarar a vida pela frente, e vê-la como ela é...
Por fim, entendê-la e ama-la pelo que ela é...
E depois deixa-la seguir...
Sempre os anos entre nós, sempre os anos...
Sempre o amor... Sempre a razão... Sempre o tempo...
Sempre... As horas.

Ela não é genial? Ela realmente gosta de reticências né? Muito mais do que eu, e minhas amigas Sibelle e Meyr juntas. Por causa desta carta, descobri que gosto de ler textos com reticências tanto quanto escreve-las!
"Encarar a vida pela frente... Vê-la... Entendê-la... Ama-la pelo que ela é..." Esse processo realmente deve levar a vida toda. Porque eu não sei você, mas pra mim, essa brincaderinha de viver dá um trabalhooo!!! Um bom trabalho, é verdade, mas também um imprevisível trabalho... Tudo está bem, e numa bela manhã de sol, o Egito e vários outros países estão numa crise política tremenda, a Austrália está sendo levada pelos ventos e chuvas, o Ronaldinho Gaúcho está jogando no Flamengo, a Lilian está finalmente namorando com o Rafa, uma das minha melhores amigas, a Tati, vai casar, e eu vou pra França em Julho de férias e não vou voltar, porque vou terminar a faculdade lá... Essa vida é ou não é imprevisível?
Oscar Wilde diz que estamos todos na sarjeta, mas alguns de nós olham as estrelas... Adorei isso! Lindo né? Eu estou e sempre quero estar nessa galera aí que olha as estrelas... E você?



Já contei: O pára-quedas foi inventado por Leonardo Da Vinci em 1515. O "quac" de um pato não produz eco, e ninguém sabe porque. Os ursos polares são canhotos. Leia mais livros! Viva! Sonhe! E realize seus sonhos!