domingo, 31 de outubro de 2010

Pra você... e pra mim também!

Sabe aquele ditado que diz: "Não deixe pra amanhã o que se pode fazer hoje" ? Pois é, se você está pensando em tirar a sua cidadania portuguesa e o passaporte europeu na cidade do Rio de Janeiro, deixe para amanhã!

Há duas semanas fui ao consulado português aqui no Rio e sabendo do curto número de horas que eles dispõem para o atendimento ao público (de seg-sex 8h-12h), achei que tudo seria rápido e calmo, mas a vida sim é uma caixinha de surpresas... Além da grande demora no atendimento a última coisa que encontrei naquele cubículo lotado, barulhento e desorganizado foi à calmaria que esperava.

Um distinto senhor (era o que eu pensava que ele era) teve, como posso dizer... Um pití! Isso mesmo! Ele deu um verdadeiro escândalo porque recebeu a notícia de que o seu passaporte só seria legalizado dentro de vinte dias, o problema era que ele queria viajar para os USA na semana seguinte, enfim, gritaria, palavrões e mais atraso no atendimento, foi o que eu ganhei...

Bom, descobri que tenho que me tornar uma cidadã portuguesa (1° documento) e depois tirar o passaporte europeu (2° documento e minha meta!), aí então me verei livre dessas manhas animadas no consulado. Fui ao cartório fazer uma segunda via da minha certidão de nascimento, porque para dar início ao processo da cidadania você precisa de sua certidão original e recente, e como a vida é uma caixinha de surpresas, inocentemente pensei que os meus vinte reais no bolso seriam o bastante para a certidão, minha passagem para Copacabana (onde fica o cartório) e ainda um picolé, mas nada é assim tão fácil... Um pedaço de papel com meu nome custou cinqüenta reais. URRA! Foi o que eu disse à jovem que me atendeu quando ouvi o preço, ela sorriu e disse que estava esperando eu ir ao banco pegar a grana.

Já faz tempo que não faço uma postagem. Acho que foi porque tantas coisas foram acontecendo, tinha tanto o que falar, mas eu não sabia como descrever nem escrever... Porém, ao mesmo tempo nada de extraordinário aconteceu. E por isso não entendi de verdade o que deveria escrever aqui pra você... e pra mim também.

Fiquei me perguntando hoje, antes de ligar o computador "será que quando eu estiver viajando, estiver sozinha ou com alguns amigos em outro país vou conseguir escrever?" Mas ao começar a escrever essa postagem tive a certeza que sim, eu vou escrever sim! Porque se faltar inspiração e as palavras não saltarem para os meus dedos como costuma acontecer, vou ao mais alto prédio da cidade onde estiver, de preferência em Paris, vou olhar os seus telhados... Iluminados pelo sol, que dá vida a toda vida... E se eu não souber o que dizer, seus telhados me contaram uma história para eu escrever pra você... e pra mim também!

O tempo passa... Caminha a passos largos... E a cada dia me sinto mais perto dessa aventura que irei viver. E quando eu lá estiver, tomara que Deus me dê o Dom de descrever tudo com fidelidade e beleza, como cada cenário daquele merece. Espero que esse Dom seja um pouquinho parecido com o que Ele deu a Hemingway. Em "Paris é uma festa" sua descrição da cidade e principalmente de suas sensações na cidade é tão intensa e simples que parece que estamos lá... Lá! Como um diário escrito para si e para seu melhor amigo, Hemingway descreve cada detalhe e nos transporta para sua vida e para sua cidade preferida. Tem uma parte em especial que ele descreve tão bem, de forma tão suculenta uma torta de maça que ele comia em um café parisiense perto de sua casa, que me levou a pensar que se não servirem esse tipo de coisa no céu, então não sei mesmo se quero ir pra lá! Não sou genial como Hemingway, mas vou escrever sempre pra você... e pra mim também!
 
Já contei: O crocodilo não pode mostrar a língua. O gato tem 32 músculos em cada orelha. Hemingway se suicidou porque não conseguia mais escrever. Veneza entrou no roteiro da minha viagem. O silêncio é a melhor inspiração pra quem escreve.