sexta-feira, 29 de abril de 2011

Tocar o Céu


Eu quis abrir a janela da sala, mas estava chovendo muito, e mesmo assim eu abri! Debrucei-me até sentir a chuva no rosto e a noite sobre mim, e fiquei olhando as gotas caírem nas telhas marrons dos meus desconhecidos vizinhos. Sabe aquela vontade de pular quando a gente esta a beira de uma montanha ou um lugar alto? Pois é... eu não tenho! Não tive vontade de pular, mas sim de voar! Aí, lembrei de uma história que um amigo me contou que aconteceu na sua infância. Ele disse que era um moleque muito sapeca, e sempre morou em casa e nunca em apartamento, porque no dia em que sua mãe quis se mudar, o mostrou a varanda do décimo andar do prédio e perguntou: "Filho, se viéssemos morar aqui você pularia dessa varanda?" E ele respondeu em sua inocência de criança: "Não mamãe, aqui eu não pulo... eu vôo!"


São incríveis as coisas que pensamos e temos como verdade quando somos crianças... Vi uma vez uma entrevista de uma senhora de 80 anos que tinha nascido em Grenoble - França, uma cidade situada aos pés dos Alpes franceses quase na fronteira com a Itália, onde ela contava que na sua infância ela sempre adorou o céu... Ela perguntava ao pai como era possível existir algo tão belo, tão misterioso, distante e ao mesmo tempo tão próximo,como o céu. Quando a perguntavam o que ela gostaria de ser quando crescer ela dizia que queria ser astronauta, pra poder tocar no céu. Seu pai, porém, dizia que isso não era possível, que nada e nem ninguém é capaz de tocar o céu...
Um dia, ele a levou ao sul da França, para ela conhecer a praia, e ver o mar pela primeira vez. Ela tinha 15 anos. Quando olhou o mar, seus olhos se encheram de lágrimas, ela sorriu, e disse: “Papai, mudei de ideia! Não quero mais ser astronauta, e sim ser bióloga marinha. – Por quê? disse seu pai. Ela o respondeu com lágrimas e alegria nos olhos: Porque o mar é a única coisa que vi na vida que é capaz de tocar o céu!” Talvez as coisas que pensamos na infância sejam mais reais, e com certeza mais verdadeiras e felizes das que pensamos hoje...
 
 
Confesso estar ansiosa a cada dia que passa, porque se aproxima minha partida. Quero chegar logo lá, mas também não quero ir tão depressa... Mais que tudo, estou torcendo, e cheia de esperança pra olhar pela primeira vez o “mar” que vai me fazer tocar o céu! Fico lendo, pesquisando, vendo filmes, perguntando aos meus amigos que moram lá como é tudo e todos, mas mesmo assim sinto um friozinho na barriga... Porque não ler simplesmente? Isso não basta? Porque viajar? Claro que não basta!  Porque os livros, os vídeos e a Internet nunca são substitutos das experiências que transformam vidas. Eu vou até lá pra ver se consigo tocar o céu, mesmo que seja rapidinho...Te vejo por aí!


 
Já contei: Só um alimento não se deteriora: o mel. Os avestruzes põem as cabeças na areia para procurar água. Onibus em inglês é "bus" e em francês também. As pessoas às vezes são cruéis... Mas devemos acreditar no que há de melhor nelas!

2 comentários:

  1. Perfeito....

    Acredite sempre nos seus sonhos, pois somente ele pode realizar aquilo que queremos pra nossa vida!!!


    Sucesso sempre, confio em vc!!!

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  2. Esses dias aqui, em meio a mais uma manhã de chuva, eu parei meu olhar sobre uma poça onde eu podia ver a ondulação que as gotas deixavam...a chuva aumentou e lembrei claramente que quando eu era criança eu não perdia uma chuva dessas: "Mãe, to indo tomar banho de chuva..." E minha mãe gritava: "nãooo...vc vai adoecer!" E meu avó falava:" Que nada...vai ficar é melhor do que tá!" E é verdade...sempre me sentia melhor!

    BOAS LEMBRANÇAS!!!!

    Saudade, Lalas...sou sua fã, vc sabe!!!

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